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sábado, março 1, 2025

Mortes de crianças no outono do Brasil após uma proibição abrangente de tabagismo


As mortes infantis caíram no Brasil após proibições completas de fumantes em locais públicos, de acordo com um novo estudo.

Seus autores, do Imperial Faculty London, do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e do Centro Médico Erasmus na Holanda, estimam que o fortalecimento da legislação livre de fumo entre 2000 e 2016 no Brasil evitou mais de 15.000 mortes em crianças com menos de um ano.

A nova pesquisa é publicada hoje, o Dia Mundial da Organização da Saúde No Dia do Tobaco, no Journal Controle do tabaco.

As crianças são particularmente prejudicadas da exposição à fumaça. No útero, afeta o desenvolvimento fetal e pode aumentar o risco de nascimento pré-termo ou baixo peso ao nascer. Bebês e crianças expostas à fumaça de segunda mão têm um maior risco de infecções respiratórias, asma e morte súbita infantil.

A nova pesquisa é a primeira a analisar o impacto de diferentes tipos de proibições de tabagismo na saúde infantil em um país de renda média. Seus autores argumentam que os governos de outros lugares devem agir para fortalecer a legislação livre de fumo, para ajudar a proteger a vida das crianças. Apenas 20 % da população mundial é coberta por proibições completas do tabagismo.

Em 2014, o Brasil implementou uma legislação abrangente sem fumo em todo o país, proibindo o fumo em todas as áreas públicas que estavam parcial ou completamente fechadas, incluindo bares e restaurantes. O estudo constatou que isso estava associado a uma redução de 5,2 % na mortalidade infantil e uma redução de 3,4 % na mortalidade neonatal, depois de levar em consideração as tendências subjacentes e outros fatores que poderiam afetar a saúde infantil.

Os pesquisadores também descobriram que as proibições completas eram mais eficazes do que as parciais na redução de mortes infantis. Antes de 2014, 17 estados do Brasil introduziram proibições parciais-por exemplo, permitindo salas de fumantes e fumar em restaurantes e bares parcialmente fechados-e nove adotaram proibições completas, cobrindo todas as áreas públicas parcial ou completamente fechadas. A legislação parcial foi associada a uma redução de 3,3 % na mortalidade infantil, mas nenhuma mudança significativa na mortalidade neonatal.

Os cientistas pensam que as proibições de tabagismo reduzem as mortes infantis, reduzindo a incidência de problemas de saúde diretamente ligados à exposição à fumaça ou ao tabagismo durante a gravidez, como síndrome da morte repentina infantil e infecções respiratórias.

As diferenças na legislação nas diferentes partes do Brasil antes de 2014 permitiram aos pesquisadores analisar como as tendências nas taxas de mortalidade infantil variavam quando diferentes tipos de legislação livre de fumo entraram em jogo. O uso dos tempos exatos da legislação lhes permitiu atribuir mudanças na legislação para a saúde infantil à legislação do tabagismo, em vez de algum outro fator, como uma mudança na política de saúde.

O Dr. Thomas Hone, o principal autor do estudo da Escola de Saúde Pública do Imperial Faculty London, disse: “Você pode ver no exemplo do Brasil a diferença que podemos fazer à saúde das crianças, proibindo completamente o fumo em locais públicos. Infelizmente, a maioria das pessoas do mundo ainda não está sendo coberta por fumantes abrangentes.

O Dr. Andre Szklo, do Instituto Nacional do Câncer Brasileiro, disse: “As crianças têm o direito de serem protegidas contra os danos causados ​​pelo tabagismo. Pedimos aos governos em todo o mundo que introduzam leis abrangentes sem fumo para proteger a saúde infantil”.

Em todo o Brasil, as reduções nas mortes na infância foram maiores em áreas mais pobres ou tinham níveis mais baixos de educação, sugerindo que a proibição do tabagismo também contribuiu para reduções nas desigualdades de saúde no Brasil.

Para chegar a suas conclusões, os pesquisadores analisaram dados sobre todos os nascidos vivos, mortes infantis e mortes neonatais no Brasil entre 2000 e 2016.

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