Os pesquisadores desenvolveram um teste baseado em urina combinado com inteligência synthetic (IA) para prever exacerbações da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) até sete dias antes do aparecimento dos sintomas. Esta inovação poderia permitir uma intervenção precoce para prevenir crises graves em pacientes com DPOC.
Publicado em Pesquisa Aberta do ERJ | Tempo estimado de leitura: 6 minutos
A DPOC, uma doença pulmonar de longa duração que inclui bronquite crónica e enfisema, afecta milhões de pessoas em todo o mundo e é a terceira principal causa de morte a nível mundial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Os surtos ou exacerbações podem piorar significativamente sintomas como tosse e dificuldade em respirar, às vezes levando à hospitalização ou danos pulmonares permanentes.
Para enfrentar este desafio, investigadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido, desenvolveram um teste que mede os níveis de cinco biomarcadores em amostras de urina. Os pacientes realizaram testes diários simples com fita reagente em casa e enviaram seus resultados por meio de um aplicativo móvel. A análise desses dados por IA permitiu aos pesquisadores prever as exacerbações dos sintomas aproximadamente uma semana antes de ocorrerem.
“As exacerbações da DPOC ocorrem quando alguém com DPOC fica muito doente e precisa de tratamento adicional em casa ou no hospital”, explicou o professor Chris Brightling, que liderou o estudo. “Seria melhor se pudéssemos prever um ataque antes que ele acontecesse e depois personalizar o tratamento para prevenir o ataque ou reduzir o seu impacto.
“O estudo envolveu duas fases: primeiro, identificar biomarcadores ligados a surtos de DPOC através da análise de amostras de urina de 55 pacientes. Em seguida, 105 pacientes foram monitorados diariamente durante seis meses com o teste recém-desenvolvido. Os pesquisadores empregaram uma rede neural synthetic (RNA) para detectar alterações nesses biomarcadores, alcançando uma precisão de previsão com um prazo médio de sete dias.
O professor Brightling destacou a conveniência do teste: “A vantagem da amostragem de urina é que é relativamente rápido e fácil para os pacientes fazerem em casa, diariamente”. Ele observou que refinar a ferramenta de IA com dados de mais pacientes poderia aumentar ainda mais a sua confiabilidade, levando potencialmente a cuidados personalizados que minimizam a exposição a fatores desencadeantes de crises, como poluição ou alérgenos.
Embora os resultados sejam promissores, o estudo enfatiza a necessidade de ensaios em maior escala para validar o modelo de IA e integrá-lo na prática clínica. Se for bem-sucedida, esta abordagem poderá melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes com DPOC, permitindo cuidados proativos e personalizados.
Glossário
- DPOC: Doença pulmonar obstrutiva crônica, uma doença pulmonar progressiva que causa dificuldades respiratórias.
- Biomarcadores: Moléculas biológicas que indicam um estado regular ou patológico, utilizadas para diagnóstico ou prognóstico.
- Rede Neural Synthetic (RNA): Um tipo de IA modelada a partir do cérebro humano, usada para reconhecer padrões e fazer previsões.
- Exacerbação: Piora ou agravamento dos sintomas em doenças crônicas como a DPOC.
- Teste de vareta: Uma ferramenta de diagnóstico simples que mede substâncias específicas em fluidos corporais como a urina.
Questionário
O que o teste de urina com tecnologia de IA mede?
Resposta: Níveis de cinco biomarcadores associados às exacerbações da DPOC.
Com que antecedência o teste pode prever um surto de DPOC?
Resposta: Cerca de sete dias antes do aparecimento dos sintomas.
Que método o teste usa para prever crises?
Resposta: Uma rede neural synthetic (RNA) analisa os resultados diários dos testes de urina.
Por que a amostragem de urina é considerada vantajosa?
Resposta: É rápido e fácil para os pacientes realizarem em casa diariamente.
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