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quinta-feira, abril 10, 2025

Choques monstruosos podem explicar explosões de rádio


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Ondas de choque poderosas em torno de estrelas de nêutrons magnetizadas podem ser a fonte de misteriosas explosões de rádio que são observadas no céu.

A. Vanthieghem/Universidade Sorbonne

Explosões rápidas de rádio (FRBs) são rajadas curtas de ondas de rádio cujas origens permanecem um mistério. Um novo estudo teórico explora uma possível fonte nas atmosferas em torno de estrelas de nêutrons altamente magnetizadas, chamadas magnetares (1). Usando simulações numéricas, os investigadores mostram que as atmosferas magnetares podem acolher ondas de choque poderosas – ou “choques monstruosos” – que produzem emissões de frequência gigahertz, consistentes com as observações do FRB.

A primeira observação relatada de uma FRB foi em 2007 e, desde então, os astrónomos recolheram mais de mil explosões no céu. Eles parecem estar ligados a objetos compactos – como estrelas de nêutrons ou buracos negros – localizados a grandes distâncias da Terra. “Sabemos que são cosmológicos, mas a sua origem e mecanismo de produção permanecem indefinidos”, diz Arno Vanthieghem, da Universidade Sorbonne e do Observatório de Paris. Ele e Amir Levinson da Universidade de Tel Aviv, Israel, exploraram uma possível ligação entre FRBs e choques magnéticos em torno de magnetares.

Trabalhos anteriores analisaram os mecanismos de produção de FRB em torno de magnetares, mas Vanthieghem e Levinson são os primeiros a explorar a emissão de rádio induzida por choque na magnetosfera interna – a região de forte campo magnético que rodeia um magnetar. Os investigadores mostraram que uma perturbação, como um terramoto que ocorre na superfície do magnetar, pode fazer com que uma onda de campo magnético se desloque para fora através das partículas carregadas na magnetosfera. Eles descobriram que esta onda pode ser amplificada em um choque monstruoso no qual partículas carregadas atingem velocidades altamente relativísticas. Estas partículas emitem uma explosão de ondas de rádio que pode ser vista como uma FRB por um observador distante. Vanthieghem diz que observações futuras poderão fornecer evidências deste mecanismo, identificando a localização da emissão de FRB no ambiente de um magnetar.

–Michael Schirber

Michael Schirber é editor correspondente da Revista Física com sede em Lyon, França.

Referências

  1. A. Vanthieghem e A. Levinson, “Rajadas rápidas de rádio como precursoras de emissão de rádio de choques monstruosos”, Física. Rev. 134035201 (2025).

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